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domingo, 26 de junho de 2011

Os Fiéis Rebocadores

Os rebocadores fazem parte de um porto, da história do mesmo, do dia-a-dia, e são, principalmente, um elemento chave para o bom funcionamento do mesmo, por mais modernos que sejam os navios que o visitem.

Muitas das vezes postos de lado, ou não tão visíveis quanto os outros navios, são para mim, do mais interessante que se pode apreciar quando se visita um porto, ou neste caso o Porto de Aveiro. A genica com que trabalham incessantemente todos os dias, se movem de um lado para o outro, e o modo como aparentemente o fazem com facilidade, é fascinante. Vou dedicar aqui um pouco de espaço no blog a estes trabalhadores.

Aqui em Aveiro, o armador dos "nossos" vermelhinhos é a Tinita, e quatro costumam ser os efectivos.

Começando pelo que mais vezes visita o blog, o "Salinas de Aveiro":

Salinas de Aveiro

Salinas de Aveiro

Com duas maquinas de 960hp da Caterpillar modelo 3508TA e cerca de 30 toneladas de força de tracção, é sem sombra de dúvida um potente rebocador!

 O mais pequeno deles todos, e também o mais antigo, construído em 1937, "Espreita":


Juntamente com o "Balançuela Segundo" de 1908, estes são talvez os dois mais antigos rebocadores desta empresa.

O "Monte da Lapa", apesar de aparentemente ser um rebocador "comum", esconde um sistema de propulsão Voith Schneider, que lhe permite uma manobrabilidade bastante elevada, talvez apenas equiparada aos sistemas de propulsão azimutais, como os que pudemos encontrar no rebocador "Bugsier 2". Fica aqui o link para um simulador de propulsão Voith Schneider:


Para fechar o quarteto fantastástico, o enorme "Mercúrio"!


Com duas máquinas de 1200hp a alimentar os dois propulsores Schottel SRP 503/505, este é o rebocador com maior força de tracção disponível aqui em Aveiro, cerca de 35t !!

É claro que quem visita este espaço, sabe que há mais rebocadores envolvidos, se não vejamos:

"Comandante Águas":



"Monte de São Brás":


Não queria deixar de lado um rebocador que já faz parte da mobília, o "Foz do Vouga" que na falta de melhor fotografia, irei deixar a que possuo:

Gostaria de um dia ver este pequeno restaurado e a navegar, talvez não mais como rebocador, da mesma forma que o Manuela voltou sem porões para o Bacalhau.


E por aqui termino este post dedicado aos rebocadores no Porto de Aveiro.

Espero que tenham gostado!

Até à próxima.

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Imagens e textos protegidos pelos direitos do autor. Em caso de dúvida contacte-me.
© 2010 por Tiago Neves. Todos os direitos reservados.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Sinais do Tempo...

Não é preciso ir muito longe para se recordarem outros tempos da pesca longínqua em Portugal, mesmo aqui ao lado, atracados à ponte-caís em frente à EPA, temos 3 bons exemplos:





Ao todo são 3 navios de pesca de arrasto imobilizados, o "São Rafael", o "Murtosa" e o "Praia da Ericeira". Escondido lá pelo meio temos o mítico rebocador "Foz do Vouga", que os antigos marinheiros conheciam tão bem e que tanto gostavam, pois significava que o navio tinha voltado de mais uma viagem, e que em breve estariam com as suas famílias. Três grandes navios construídos em Portugal, bem como o próprio rebocador, que em comparação com os dias de hoje seria o nosso favorito aqui do blog, o "Salinas de Aveiro".

São navios que neste momento já não pescam, mas que ainda não foram abatidos, permitindo-nos viajar no tempo para uma altura em que se pescava muito mais, o movimento no porto era muito superior (a nível de navios de pesca), e que ainda se construíam belos arrastões para a nossa frota de pesca. Tempos esses que um dia ainda espero voltar a presenciar, pois apesar de muito novo, ainda sou do tempo de ir à entrada de muitos navios, como por exemplo, do "Gafanha do Carmo", um navio que ardeu em Abril de 1994 no Porto da Horta, na Ilha do Faial, quem se lembra?

Esta é a nossa história, quer queiramos quer não, somos um país com fortes ligações ao mar e é assim que se deve de manter, para o bem e para o mal. Não devemos de olhar só para o passado como uma história para contar aos filhos e netos, devemos sim de olhar para o passado para aprender com os erros, procurando melhorar, nunca desistir, nem nunca perder a confiança nem em nós próprios nem no nosso país!

Espero que tenham gostado.

Até à próxima!

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sábado, 20 de fevereiro de 2010

Principe do Vouga (Actualizado)

De volta aos nossos bacalhoeiros, hoje trago-vos um grande navio, feito cá e que já não se encontra entre nós.

Falo-vos do "Principe do Vouga", que começou como "Vimieiro" um navio de pesca à linha e acabou como um arrastão de arrasto pela popa.

Construído nos Estaleiros de S Jacinto (Construção n.º 43) em 1948, para "Armazéns José Luís da Costa". Encomendado a 22 de Fevereiro de 1958, assentou a quilha a 25 de Agosto de 1958 e foi lançado ao mar no dia 26 Março 1959, tendo sido entregue ao Armador nesse mesmo ano.

Registado em Lisboa em 1959, com o número LX-52-N e com o indicativo CUED. A criação deste navio e de outros da época, resultou da necessidade de repensar tudo de novo e pegar no que já se sabia para criar uma frota mais moderna, isto porque os anteriores navios derivavam quase directamente dos lugres, com apenas algumas alterações para poder acomodar o motor diesel, os porões de congelamento, o isco, entre outras coisas.

A ideia era criar algo de raiz, preparado para uma nova realidade. Assim foram criados quatro grandes navios de pesca à linha o "João Ferreira", o "Rio Alfusqueiro", o "Vimieiro" e o "Neptuno", muito semelhante ao "Vimieiro". Graças a estas melhorias estes navios poderiam ser facilmente transformados em navios de arrasto pela popa.

Deixo aqui uma fotografia* do "Vimieiro" que consegui arranjar através de um amigo. Pelo que pude apurar, pertence a um CD que terá sido feito pelo Museu Marítimo de Ílhavo:


Fez a sua primeira campanha em 1959. Após a campanha de 1971 foi transformado num navio de pesca com redes de emalhar com lanchas aos comandos do Capitão Francisco Teles Paião.Em 1987 foi transformado num navio polivalente, de arrasto pela popa, para pesca com redes de emalhar com lanchas e totalmente congelador, tendo sido também rebaptizado para "Nascimar" (falta confirmar este facto). Em 1990 foi rebaptizado para "FRAPESCA" da Frapeque- Farinhas e Óleos de Peixe, Lda . E em 1998 voltou a ser rebaptizado para "PRÍNCIPE DO VOUGA" pertencendo à empresa João Maria Vilarinho.

Estando este já na posse do Armador Silva Vieira para o qual fez algumas viagens, acabou por ser desmantelado em 2005.

Resta dizer que foi dos últimos navios de pesca à linha com dóris, e o primeiro a ter comunicações por satélite em Portugal.

Por ter sido um dos navios que fizeram a "passagem" dos dóris para o arrasto passando pelas redes de emalhar, terá sempre um lugar especial aqui no Roda do Leme, que fará os possíveis para não o deixar cair no esquecimento.

Características técnicas:

Comprimento total:
67.4m
Boca: 11.1m
Potência da máquina principal: 1986cv

Deixo aqui algumas fotografias do mesmo tiradas por mim, ainda em filme:







Algo de curioso e bonito de se ver, são as linhas no casco do navio, típicas das construções daquela época e que ainda nos fazem lembrar cascos dos lugres como o Santa Maria Manuela o Argus, ou até mesmo o navio Santo André.

Conto com a vossa ajuda para melhorar a informação sobre este navio, ou mesmo corrigir algo que tenha de errado.

Página do navio no site shipspotting:
Fonte de informação:
Espero que tenham gostado e até à próxima!

NOTA': Tentei melhorar um pouco a imagem, dando-lhe um pouco mais de contraste e nitidez, e remover alguns dos defeitos que possuía naturais da idade e da digitalização. Espero que não haja problemas com direitos de autor.

NOTA'': Graças aos nossos assíduos leitores, a quem eu agradeço muito, consegui obter mais informação sobre este navio.

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