domingo, 22 de fevereiro de 2015

A ABP - Associação Bacalhoeiros de Portugal

Já aqui foi referida, várias vezes, a página de Facebook dos Bacalhoeiros de Portugal - a página dos bacalhoeiros. Assim tantas vezes referida. 

Ora, do que me lembro, e sem pedir uma história oficial ao seu único autor, foi mais ou menos assim: Andava eu pelos meandros do Facebook, à procura de fotografias de navios antigos, quando me deparo com esta página. Adicionei. Entre o conhecer o seu autor, e o momento do clicar, só me recordo de comentar algumas fotografias e de assistir a uma belas discussões. A paixão do César Lourenço, o seu fundador e o homem que tem mantido esta chama acesa, é algo que  contagia qualquer um. Cresceu no meio dos navios, quando aqueles cais estavam à pinha, picou ferrugem, e passava tardes a sonhar com aqueles Gigantes do Mar. Que inveja. 



15 anos de diferença de idade, aliados à minha tardia paixão pelos navios, fazem com que hoje apenas me restem as ponte cais vazias,  e um punhado de resistentes para admirar. Sinais do tempo. 

Na altura da juventude do César, e sendo ele um gafanhão de gema, era comum nas férias de Verão, passarem no Cais dos Bacalhoeiros para tentarem arranjar um trabalhito a bordo. A ideia era ganharem uns trocos, mas ganhavam muito mais. Creio que o mais importante era o desenvolver do gosto pelos navios e pelo mar. Muitos, mais tarde, embarcariam nesses belos navios. 

É importante que as pessoas se sintam ligadas a algo que está na génese da nossa nação. No entanto, hoje, com o maior afastamento que existe, é difícil cultivar esta cultura nas pessoas mais novas. Longe dos olhos, longe do coração.

O que levou o César a abrir a página no Facebook, foi precisamente o vazio que ele sentiu na partilha de fotografias e histórias dos nossos navios do bacalhau. Creio que o resto foi surgindo naturalmente. Muito trabalho e dor de cabeça o atormentaram. Do pouco que pude ajudar, durante este tempo todo, recordo discussões acesas, onde se tentavam discutir pontos de vista diferentes, ou simplesmente se tentava adivinhar qual o navio da fotografia. Recordo também partilhas de histórias, encontro de grandes amigos, partilha de fotografias raríssimas, cheias de informação, e uma vontade crescente em criar algo mais.

Um dos primeiros eventos para divulgar toda esta cultura, foi realizado no Restaurante Porão. Algo que foi aqui noticiado pelo Roda do Leme. Ver aqui - http://www.roda-do-leme.com/2013/05/comemoracao-dos-5000-amigos-da-pagina_19.html


Tinham sido atingidos os 5000 amigos, e a necessidade de festejar esse marco, de forma especial, levou-nos a criar este evento. Creio que dentro dos possíveis correu bastante bem. Contudo, de entre os vários problemas encontrados, o facto do local não ter facilitado as apresentações dos convidados, levou-nos a questionar o seguinte - Estaria na altura de criar uma associação? A minha convicção era essa.

Quase dois anos e 6 meses depois, a ABP - Associação dos Bacalhoeiros de Portugal estava  finalmente fundada. 

Claro, muito se sucedeu pelo caminho. 

Com o advento do AIS, os tais sistemas de localização de navios, criou-se uma onda de pedidos para tentar localizar os navios, talvez como forma de apaziguar os familiares em terra. Nisto, com a ajuda das pessoas amigas da página, conseguiu-se reunir informações de chegadas e saídas previstas para que ninguém perdesse uma chegada, ou até mesmo uma triste saída.

Fora realizados convívios no Jardim Oudinot, para celebrar os aniversários da página. Por esta altura, estava já mais do que criada uma poderosíssima rede de contactos. Uma espécie de rede social, dentro de outra rede social. Havia sido criado algo, não se podia fugir a isso.

O César, por força das circunstâncias, embarcou pela primeira vez no navio "Coimbra". Como a bordo não há internet, sendo esse um luxo reservado apenas a arrastões topo de gama, o nosso trabalho para criar a associação foi sendo adiado. 

Assim, em Novembro de 2014, o comandante mandou meter a máquina toda, não havia mais tempo a perder. Reuniram-se pessoas suficientemente empenhas e motivas para levar esta nau a bom porto, e registou-se a mesma, no dia 5 de Dezembro de 2014 - Estava feito.

Porquê? Porque é necessário voltar a motivar, voltar a criar o gosto pelo navios, pelas coisas do mar, voltar a ver os mais novos envolvidos nisto, e os mais velhos com vontade de passar a mensagem. Não se pode deixar morrer toda esta cultura, toda esta paixão. Não posso crer que toda esta mística se esteja a perder. Não posso crer que quem visita o Museu Marítimo de Ílhavo fica indiferente a tudo isto. Há muito a ser feito, por nós enquanto associação, e por todos, enquanto portugueses.

Fica aqui o meu humilde testemunho. Sou o 1º Vogal da Direcção, sócio-fundador e um maluco por estas coisas. Espero estar à altura deste desafio, e espero que o meu cantinho dos navios em Aveiro, o Roda do Leme, também possa contribuir para o crescimento deste projecto ambicioso.

Photograph Shipspotting by Tiago Neves on 500px


Conto com todos vós. Não fiquemos a ver navios!

www.bacalhoeirosdeportugal.pt

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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Em Mares Bravios - Pepe Brix

Nos mares gelados da Terra Nova, gerações de pescadores portugueses continuam a arrancar o sustento do mar. A bordo do Joana Princesa, a vida é para homens de barba rija.

Artigo completo aqui:




O fotógrafo açoriano Pepe Brix documentou durante três meses e meio a vida a bordo do Joana Princesa, um dos 13 sobreviventes da frota portuguesa de navios de pesca longínqua. Chamou ao trabalho “Código Postal: A2053N”, a matrícula do navio. Construída em 1970, esta embarcação de 80 metros por 12,5 continua a desafiar os mares gelados do Atlântico Noroeste, como tantas outras antes dela.



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domingo, 8 de fevereiro de 2015

3.º Concurso Modelismo Náutico Museu Marítimo de Ílhavo 2015



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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Spirit of Chartwell em Aveiro

Graças à longa relação entre a Navalria e a Douro Azul, está cá, em Aveiro, para eventuais reparações, o navio "Spirit of Chartwell". 

Para quem não conhece:

O barco oficial das comemorações do Jubileu da Rainha Isabel II chegou ao Rio Douro, em Setembro de 2012. Trata-se uma barcaça com capacidade para 30 passageiros, mas onde o luxo é definido em cada detalhe. A bordo do Spirit of Chartwell os passageiros poderão desfrutar de um programa personalizado e pensado para que cada passageiro sinta e apreenda o melhor que há do Douro, das tradições, cultura e gastronomia. Fonte: Douro Azul





Fotografias de 1 de Fevereiro de 2015.
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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

O Cidade de Amarante de óculos de sol...

Antes da visita à Navalria:

Depois da visita à Navalria:




Fotografias do dia 30 de Dezembro de 2014.

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