domingo, 2 de maio de 2010

Santa Maria Manuela de volta a casa

Tudo se preparava, eram 15h certas, e já se fazia notar a confusão da entrada e saída de carros no Forte da Barra, o meu local favorito para fotografar navios. Espreitando pela objectiva, na Barra o aglomerado de pessoas também era grande, fiquei contente mas não surpreendido. Para mim e para muitos, este é sem sombra de dúvidas, um dia que ficará para a nossa história e nas nossas memórias.

O dia manteve-se muito ventoso, tanto que tive de fazer uns truques à moda antiga, para que a máquina não voasse.

Lá ao fundo, depois das terras de S. Jacinto, notava-se qualquer coisa, eram 4 mastros que se moviam como se tivessem força própria. Não havia dúvidas de que se tratava do nosso Lugre, o Santa Maria Manuela.

Santa Maria Manuela

Santa Maria Manuela

Com o vento que se fazia sentir, podia-se ver o balanço do navio que ia entrando acompanhado de pequenas embarcações à vela e a motor.

Santa Maria Manuela

Santa Maria Manuela
A passar junto às pessoas que se encontravam no paredão, na Barra.

Santa Maria Manuela
Sempre acompanhado pelo rebocador "Salinas de Aveiro".

Santa Maria Manuela
Sempre a buzinar, lá ia entrando à Barra. A julgar pela linha de água, se fossem outros tempos diria que a viagem tinha sido pouco simpática.

Santa Maria Manuela

Santa Maria Manuela
A passar junto da EPA (Empresa de Pesca de Aveiro) e do S. Rafael e amigos, um enorme contraste de realidades.

Santa Maria Manuela

Santa Maria Manuela
O seu irmão "Argus" a dar-lhe as boas vindas.

Santa Maria Manuela
Nas manobras de atracação do navio, onde até a lancha dos pilotos pôde ajudar. Para quem esteve presente, foi uma manobra bastante interessante de ver.

Santa Maria Manuela
Há quem fale no alinhamento dos astros, nós por aqui falamos no alinhamento dos mastros.

Santa Maria Manuela

Santa Maria Manuela
Ribau Esteves na proa a cumprimentar as pessoas.

Santa Maria Manuela

Santa Maria Manuela

Santa Maria Manuela
Do lado de quem estava a receber o navio, a animação e emoção também era muita, há muito tempo que não via tanta gente num caís para receber um navio.

Santa Maria Manuela
Deu-se inicio à amarração do navio ao caís.

Santa Maria Manuela

Santa Maria Manuela

Santa Maria Manuela

Santa Maria Manuela

Santa Maria Manuela



Santa Maria Manuela
É com alegria que se vê empresas como a Pascoal a investir no nosso património, que de outra forma acabaria esquecido. Temos de nos começar a voltar para o mar, pois faz parte da nossa História que muitas vezes parece esquecida.

Esta fotografia a preto e branco que aqui coloco, bem que poderia ser do ano de 1954, no entanto é tão actual quanto as outras todas que aqui estão.

E é com esta foto que me despeço. Para já deixo algumas fotografias que considero mais importantes, as restantes irei colocar num tópico do fórum Terminal Intermodal, isto para quem quiser ver com mais detalhe este grande dia.

Link do fórum Terminal Intermodal:
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Imagens e textos protegidos pelos direitos do autor. Em caso de dúvida contacte-me.
© 2010 por Tiago Neves. Todos os direitos reservados.

10 comentários:

  1. Caro Tiago
    Parabéns pelas excelentes imagens do belíssimo e sempre jovem de 73 anos, como eu menos jovem quatro meses, SMM. Pena foi, como é normal em ocasiões destas, o navio não ter demandado a barra embandeirado em arco, mas o que interessa é que já temos “Os Três Cisnes dos Gêlos”. CREOULA, SANTA MARIA MANUELA e o famoso ARGUS, que a empresa Pascoal, certamente não deixará de restaurar, se bem que há mais um piso, que para o fim a que se destina o navio, faz muito jeito. Falta o GAZELA, nem que fosse para arvorar as cores de Portugal.
    Só é triste a comunicação social não ter noticiado o evento, se não estou em erro, mas não admira andavam atarefados com o FCP/SLB e SCB/PAÇOS, Que brindou cá os Galegos ou melhor os Nortenhos.
    Aqui junto da barra do Douro, onde resido, bem perscrutei a linha do horizonte na expectativa de ver o SMM a navegar do Marin para Aveiro, porque não deveria ir muito ao largo, só que a bruma e a vaga cavada de NW não permitia distinguir nada.
    Saudações marítimo-entusiásticas
    Rui Amaro

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  2. Boa noite,
    Era so uma curiosidade, esta manobra de atracagem, era como se fazia antigamente. Ferro ao fundo, rodando o navio pondo-o paralelo ao cais, a lancha de pilotos não seria necessaria se não estivesse tanto vento. Tenho bastante orgulho, por ser o meu tio que estava de piloto lá abordo, e ser ele que deu a entrada e fez esta bela atracagem do Santa Maria Manuela.
    Cumprimentos

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  3. Boas.

    Um agradecimento por este teu artigo, que permite perceber bem o que foi o momento da chegada deste nosso navio. Não é fácil cá da Polónia ver estas coisas e o teu trabalho é o que melhor nos mostra o "Manuela". Belíssimas fotos!

    Atentamente,
    www.caxinas-a-freguesia.blogs.sapo.pt

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  4. Desde já muito obrigado a todos pelos comentários! É sempre com grande orgulho que os leio!

    Caro Rui, tem toda a razão, ainda olhei à volta na esperança de ver um carro da RTP, mas nada... Pode ser que um dia o Gazela venha para este lado.

    Pinheiro, foi exactamente essa a manobra! Nunca tinha presenciado, e deu um espectáculo muito bom.

    António, ainda bem que gostou das fotos! É um prazer fazer chegar a esse lado este tão belo dia.

    Mais uma vez, o meu grande obrigado a todos!

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  5. Belas fotos, grande momento, pena não poder assistir.
    Parabéns à Pascoal, nem pareçe que estamos em Portugal.

    Ricardo Matias

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  6. Boas Ricardo,

    Ainda tentei olhar no meio da multidão para ver se o via, mas nada. De qualquer das formas, agora está lá no Porto para toda a gente o admirar.

    Cumprimentos!

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  7. Noraboa dende Galiza. Oxalá nos tivéramos a mesma sorte que tedes en Portugal en canto a coidar o patrimonio marítimo. Aquí en Galicia temos unha tradición marítima moi grande, e máis ainda na pesca, pero por desgracía todos os nosos buques terminan na chatarra ou vendidos o terceiro mundo.
    O dito, noraboa.
    Manuel dende Vigo.

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  8. Muito obrigado Manuel pelo comentário!

    É com grande gosto que leio as suas palavras. Aqui em Portugal a tradição também é grande, mas se não fossem empresas como a Pascoal, estes navios também acabavam no fundo do mar, ou na Índia.

    Obrigado e volte sempre!

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  9. Presumo que se trate de um navio que foi restaurado/recuperado, mas estando fora do assunto, gostaria de saber os antecedentes.
    Cumprimentos
    Alberto Silva

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  10. Caro Alberto,
    Este navio pertenceu à nossa antiga frota de pesca do bacalhau à linha nos dóris, nos grandes bancos da Terra Nova. É um navio com grande história, que foi sofrendo alterações para acompanhar o evoluir da pesca do bacalhau, tendo acabado por ficar esquecido com o pesar da idade. Foi comprado o casco e a empresa Pascoal tratou de o restaurar para o belo navio que é hoje, tentando não fugir muito ao que era no dia do seu “bota-abaixo”.
    A sua importância advém do facto de que o número de navios deste género, e principalmente com quatro mastros, é muito reduzido, tendo eu apenas conhecimento de 3, e apenas dois desses navegam. Resta dizer que foi construído em Portugal nos antigos estaleiros da CUF.

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